domingo, 6 de junho de 2010
Sobre amor e libélulas
boa noite
terça-feira, 11 de maio de 2010
por amizade.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
a verdade,
segui em frente depois de algum tempo. segui em frente, pois apesar de tudo, era necessário. encontrei forças no amor que tu teve por mim. e minha gratidão por isto não tem preço que pague. fazem meses. eu sei o número exato de meses. e depois desse tempo todo, cá estou. eles passaram. elas passaram. eu passei. cá estou. cá estou, novamente contigo em mim. como pude me enganar dessa forma? como pude pensar que... é possível deixar assim, o amor da sua vida para trás? besteira. uma grande besteira. agora sei que, não importa se tu está aqui comigo ou não. se ainda lembra de mim, ou o que sentes (ou deixas de sentir). eu não me importo! a única coisa que me basta, é te amar. talvez tu saiba, talvez não. mas, oras! que mediocredade estou falando? te chamo de amor da minha vida e não importo-me em te ter aqui? poisé. eu te amo com tal intensidade que, talvez meu sofrimento por te amar e não te ter aqui, todas as
domingo, 2 de maio de 2010
quarta-feira, 28 de abril de 2010
estranhos.
terça-feira, 27 de abril de 2010
lindo pretérito.
sexta-feira, 23 de abril de 2010
c
sexta-feira, 2 de abril de 2010
Wanna
tamy.
quarta-feira, 31 de março de 2010
olá,
domingo, 28 de março de 2010
pra mim.
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
então eu não teria que me sentir sozinha
apenas... fique bem. e tente perceber o quanto cada coisa que eu escrevo encaixa-se contigo. e mais, com nós. tentarei ficar bem. não estou sem ti. tu está dentro de mim. está na minha memória, no meu coração. porém queria eu estar no teu abraço. e tudo acabaria bem. mas não é hora de dizer que te amo. ainda.
eu estou caindo toda sobre mim
tentando ser alguém
eu gostaria que você estivesse lá e me levasse em casa
então eu não teria que me sentir sozinha
eu estou caindo toda sobre mim
morrendo para ser alguém
eu gostaria que você estivesse lá e me levasse em casa
eu não quero lutar contra o mundo sozinha
[the pretty reckless - heart]
ps: post feito aqui porque não vou aguentar até as 3h para postar no fotolog.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
e quanto ao amor?
o amor também está nas discussões, nas brigas e teimosias. quando a teimosia e todos os outros trejeitos passam a fazer falta; o amor é aquela porção de lágrimas escorrendo pelo rosto por noites afora em claro, após uma briga. é ter força para fazer o amor resistir. é ver a saudade te invadindo, sem mais nem menos, e sentir que ela só aumenta. é aquele telefonema no meio da noite, quando os dois estão afogados em lágrimas, e não há nada a dizer. amor é o silêncio. é ter coragem e humildade para admitir que errou, e ter sensatez para saber perdoar. e no fim das contas, saber que se olhar para o lado, terá seu melhor amigo, seu companheiro, seu amor. saber que pode seguir em frente com dois sorrisos completos outra vez.
afinal, meio limão não dá nem pra suco. tu chupa e sente teu próprio azedume.
terça-feira, 3 de novembro de 2009
we use to think it was impossible
e lembra de quando éramos melhores amigos? não há nada mais que eu precisasse além de ti como meu melhor amigo e como amante. eu tinha tudo o que eu queria. ninguém me entendia melhor que tu e ninguém era capaz de me sentir melhor, do que tu. as intrigas, os ciúmes, as brincadeiras, bobeiras, e todo o tempo que a gente passava juntos. nada era melhor. juntos a gente enfrentava o mundo contra nós, e estava tudo bem, porque estávamos juntos. tínhamos nossa liberdade, nossos sorrisos. e desde o primeiro beijo, tudo o que acontecia tornava-se inusitado. nós gostávamos disso. nós gostávamos um do outro, muito mais que gostar. e tudo estava bem, tínhamos com quem contar sempre que precisávamos, pois éramos mais do que amantes, mais do que simples amores, éramos amigos. e nunca estávamos sós pois éramos amantes. sabíamos que sempre teríamos um ao outro, nosso amor, nossas carícias, nossas vozes manhosas, nossos sussurros. as palavras escritas, e os cheiros que relembravam o princípio. tínhamos tudo na ponta dos dedos.
mas se eu te visse hoje, tenho quase certeza que nada se encaixaria dessa forma. e ficaria longe disso.
se o vento ainda está forte
domingo, 4 de outubro de 2009
muitas coisas
PS: Eu te amo.
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Sudor de la Carne [Parte I]
Agora são cinco da manhã, e me encontro em uma cozinha desconhecida, preparando um chá de qualquer coisa. Qualquer coisa mesmo. Já que ler é um tanto improvável na minha situação. Tou num porre de misturas e exageros, que só lembro-me do início da festa, onde estava acompanhada de uma bela garota e um lindo homem. Conforme tomo o chá, parece que o mundo vai estagnando-se novamente. Além da chaleira ainda fervendo, pois esqueci-me de desligá-la, ouço barulho de água.
Bom, estou na casa do cara que estava comigo, pois é ele quem está no chuveiro tomando banho. O que me reflete no espelho, já não é a imagem inicial, da garota mais sublime, ou da mais bonita desse mundo, desta noite ou deste amanhecer. Há batom vermelho já não tão vibrante como antes, transposto além da minha boca, os contornos de meus olhos escorreram um bocado, e meu perfume já não é o original. Há pelo menos umas quatro misturas a mais.
Ele convida-me para tomar banho com ele. Não vejo alternativa melhor para o momento. Já que sozinha eu poderia me matar com um chuveiro mesmo. Ele era realmente um cara bacana. Não sei mais cedo, mas agora eu não estava afim de nada, a não ser atirar-me naquela cama e dormir. Ele emprestou-me uma camiseta sua, e fomos dormir. Pouco antes de pegar no sono, pus-me a pensar quem era aquele homem, o que eu estava fazendo com ele, o que eu fiz com ele mais cedo. No fim das contas, não cheguei ao final. Capotei.
Mais tarde na mesma manhã, acordo-me com ele observando-me enquanto dormia. Eu tinha a cara mais pesada que alguém poderia ter numa manhã da mais brava ressaca. E ele... ah, ele parecia um anjo, com seus olhos fixos em mim. A minha mente já estava me assustando. Não sabia se falava alguma coisa, ou apenas pensava no que ele estava pensando, por que me olhava daquele jeito...
[...]
ϟ Maçã diz (21:18): fiz um poema pra ti ontem
lá vou eu fazer mais um poema pa você.
E ele começa com uma simples palavra amor:
Te amar desse jeito,
Me tras paz.
Ti ver todos os dias possiveis,
já me consola desta distancia que temos.
Ouvir sua voz naquele dia,
é como estivesse saboreando mel
de tão doce que és.
Poder olhar esse solhos tão perfeitos como cores,
Ver essa boca e imaginar beijando todos os dias,
seja de noite ou de dia.
Sentir teu cheiro, ain que vontade,
Isso vai de amor a desejo,
Isso vai de amizade ao amor,
Isso vai de dias para decadas,
Só ao seu lado, só.
Passar as madrugas com você,
é poder te sentir aqui e
não conseguir dormir direito
só pensando em você,
Oha nos meus olhos,
e me dá um beijo,
vem pra ser minha, *-*
Meus labios precisam dos teus beijos,
só de olhar você, meus olhos brilham,
meu coração bate mais forte,
uma vontade de estar ali ai do seu lado,
te protegendo de tudo e todos,
porque e você com quem eu quero viver.
eu te amo muito muito minha namorada <3'
Agosto Trece
Since 86
Escrevo pra te contar que aquela garota já te quis. Embora ela não tivesse tanta certeza até seus sonhos lhe contarem. Você sabe que aquela garota já tentou. Mas hoje é tarde demais. Se hoje ela te veta, é por alguma razão. Mas eu vou te dizer, ela não é pra você. Vocês não se merecem. Ela te conhece mais do que imaginas. Não és tão oculto quanto tentas parecer... Outra coisa que devo contar-te: ela mentiu pra ti. Sim, ela mentiu. Tu deve ter acreditado, mas ela te mentiu. Uma única vez. Te mentiu, porque certas coisas, caras machistas não se importam em entender.
domingo, 16 de agosto de 2009
Vinte e Seis
E eu sei tudo sobre você. Sei teus desejos, tuas vontades, teus sonhos da vida, teus sonhos noturnos, sei teu segredos mais profundos, e sei que esses, só eu sei. Eu sei que há coisas em você que as afastariam logo. E eu sei que eu sei dessas coisas, e te admiro com elas. Eu sei que eu amo você com cada defeito que há em ti. Com cada história, com cada segredo, com cada erro, com cada defeito. Eu sei quase tudo sobre você. Sei o teu futuro, sei teus gostos, teus desgostos, teus erros e acertos, tuas discussões e irritações. Sei o que te anima, sei o que te dá prazer. Conheço de ti da raiz do teu cabelo, à ponta do dedão do teu pé, amor. Tudo o que sei é muito maior do que eu deveria saber, mas que hoje já não sei mais. Sobre seu amor.
PS: Eu te amo.
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Fora de brincadeira.
Por enquanto tou ajeitando algumas coisas por aqui ainda, talvez algumas mudem. Mas enfim.
terça-feira, 28 de abril de 2009
Come back
Bem, preciso me concentrar e encontrar algo em que pensar e fazer um post decente. É bom estar de volta. Digo, com vontade de voltar a pensar novamente. Eu era menos ignorante na época em que ainda parava para pensar e escrever alguma coisa. Acho que vou dar uma passeada por alguns blogs enquanto penso em alguma coisa. Bom dia.
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
Rascunho-
Cada dia parece mais cansativo acordar, prefiro dormir mais. E cada sonho é cada vez mais pesado, cada sonho, perturba-me mais.
Eu preciso da raiva, eu preciso da insanidade. Me libertar do desejo. Apenas insanidade. Por direito, tomo-a minha. E não quero permitir que ninguém a tire. Bem que poderia ser normal, mas não seria tão insano. A graça é ser "anormal" e insano.
Preciso concretizar isto. É apenas um rascunho. Salvar agora.
Hum, quatro e cinqüenta (dois mil e nove, cinqüenta ainda possui trema?) e oito. Bom dia.
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Manual
Grande parte das histórias aqui contidas, são sim reais, obviamente, representadas em outros papeis, ou por outro ponto de vista.
Outras, apenas ócio do cérebro em funcionamento.
Deixo a critério de quem lê.
"[OFF]": então, quando [OFF] aparece, é quando não tenho nada melhor a escrever, a pensar, e a fazer, e resolvo fazer deste blog, um diário.
Afinal, não sou apenas mais um(a) personagem de alguma história.
http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?rl=mp&uid=15948760800570035407
Revi-vendo. [Parte I]
Me prendia lá não somente a noite inteira, mas perseguia as estrelas e a lua até o dia clarear, e todo aquele belo espetáculo esmaecer à uma coloração roxa-azulada de um novo dia. Enchia a chaleira com água e a colocava aquecer novamente. Enquanto esta aquecia a água, eu passava uma água na xícara do café e a deixava sobre o escorredor de água; pegava a cuia, a erva - tão verde quando uma grama bem cuidada - e o vira-mate, preparava o chimarrão e voltava para a sacada, com tempo para ver o sol nascer.
Dormir era o que menos me importava. Havia ainda as noites em que eu incluia o cigarro na minha "programação". Posso dizer que tornavam-se noites ardorosas e intensas. A quantidade de café que eu consumia dobrava, e a viagem em pensamentos era mais longa, rápida e intensa também. Não tenho dependência no cigarro, como uns dizem, é para "diversão". Esse tipo de intensidade sempre me atraiu.
Dentre muitas coisas que raramente costumo pensar, raramente mesmo, destaca-se relacionamentos, no que hoje pensei. Pensei por que dentro das memórias de uma sacada passada, há muito mais além de madrugadas fumadas e cafeínadas. Há lembranças também do que é feito, lembranças do que nunca ainda fora feito. E fora lembranças, há ainda pensamentos. Pensamentos de primeira, ou mesmo de quinta. Tolos ou bizarros, inteligentes ou mesmo inúteis. E quando eu falo relacionamentos, não generalizo isto como sexo, ou apenas relacionamentos amorosos, nem por pessoas que eu fico, ou seja lá o que for. Eu generalizo relacionamento como todos que fazem parte de alguma forma de um convívio comigo.
No que se refere a sentimentalismo, nesses últimos dois anos eu fui capaz de aprender o que significa, fazer bom uso, e descartar. Não sou mais capaz de ser muito sensato. Pelo fim do ano passado, pude passar por uma das experiências que mais me amadureceu nesses últimos anos.
[...]
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Imitation of Life [Final]
Percebo que próximo à nós, algumas senhoras de meia idade nos observam, com desaprovação, mas solto minhas mãos das dele, deixando-as sozinhas vagarem por mim. Por entre minhas pernas é possível tocar suas pernas, e por minhas costas é possível ir mais a fundo. Estávamos ali, no cantinho mais isolado do cinema, podíamos fazer o que quiséssemos. Podíamos também usar os banheiros. Tava muito fácil. Mas escolhemos uma coisa. Escolhemos apenas nos provocarmos, nos excitarmos. Mãos vão, mãos vêm, mordidas aqui, chupões ali. Libido prendida, desejo em gemidos. Tensidade e tesão.
O filme terminou e estávamos ali. Eu em seu colo, suas mãos sob as minhas, entre afagos, mordidas e beijos. Não era nada discreto, não era formal. Era selvagem. As luzes foram acesas. Levantamos e esperamos as garotas lá fora, em uma mesa na praça de alimentação. Estávamos ouvindo qualquer coisa em alguma estação de rádio, no mp4. As gurias lá chegaram. Apenas uma delas estava ficando com um garoto. Os outros já foram para a fila de um fast-food. Esta, que por sua vez, brincava de negar um beijo, enquanto o garoto torcia os olhos.
Demos tchau para as garotas e ele caminhou comigo até aqui em casa. Subimos, tomamos um café.
As garotas não atendi mais. Como já mencionbei, nada mais tenho feito. Nada ruim aconteceu. Apenas é assim a minha vida. Ajo de acordo as minhas vontades, a cada instante.
A rotina continuou após o cinema. Continuei a deparar-me com aquele homem pelas ruas, quase diariamente. Já nos olhávamos de maneira diferente. Quando nos avistávamos, baixávamos a cabeça, quando nos aproximávamos, mordíamos o lábio inferior, puxando um sorrisinho, e então, finalmente, nos olhávamos.
Duas semanas depois do episódio ocorrido, em um desses encontros casuais, um papel entre seus dedos, que estendem-se a mim, é me entregue. Uma folha de caderno, arrancada, com os picotes não retirados. Uma folha escrita.
E, este homem, este homem que...
Bem, dele não sei o nome.
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Desabafo terceirizado.
Eu esperaria aqui, para sempre, um sorriso, um carinho eterno. Mas não posso esperar para receber coisas momentâneas, não estou aqui para receber estas coisas. Sendo que é somente isto que tu queres oferecer. Por teimosia e controle. Por obsessão e insanidade.
Não quero mais discutir essa noite, mesmo que da boca para fora, nada tenho dito. Apenas ouvidos adentro escutado. Se opiniões não te interessam, e em tua concepção não posso tê-las, se delas tu não precisa e não queres ouvir-me, não precisa. Afinal, qualquer vontade de falar a ti já é muito breve mesmo.
Então meu bem. Pessoas não mudam, e tu me esclarece com firmeza isso a cada dia. Perco as esperanças em qualquer pessoa, mas tenho a minha vida para viver. Se apenas vendo que minha liberdade, esta, tu não levou, alguma abóbora pode ajeitar-se em minha carroça, assim haverá de ser.
Vá, então. Junte seus meros objetos espalhados pela casa, seu velho jeans do armário, e, a propósito, limpe a gaveta que te pertencia. Cada palavra e sentimentos infames, a nada nos levarão, mais uma vez.
Porém dessa, não sei se o outro lado da cama, e a melhor parte de mim te esperarão outra vez. Mas com certeza, tudo isso não mais sofrerão, e você à sua maneira não receberão.
Ao sair, feche a porta, deixe as chaves em cima do balcão. Tranque o portão. Cuide-se na estrada. E saiba que eu te amo.
Mas não volte. Apenas não volte, não ligue, não procure-me. Talvez o tempo mostrará o que é preciso, e o que é capaz de mudar e acontecer. Ou mesmo de deixar tudo da forma como está hoje. Não faça nada, até cuidar de ti mesmo primeiro.
domingo, 14 de dezembro de 2008
Imitation of Life [Parte II]
Depois, óbvio, foram ridicularizadas por eles, finitamente mais espertos que elas. Enquanto isso, apenas assistia, assistia à cena, ali, sentada, encostada no tronco da árvore.
Ao que senti uma mão tocar a minha, algo mexer-se ao meu lado. Confesso que por vez, tomei um bom susto, embora tenha conseguido não demonstrar. Sinto um perfume que já reconheço, e quando viro minha cabeça para ao lado, já posso ver aquele cachecol xadrez que adoro ver; cabelos pretos bagunçados, e um ser meio despojado e ao mesmo tempo muito jeitoso ao meu lado. Com seus olhos castanhos, os costumeiros castanhos que por vezes conseguem encontrar-me, meio à uma rotina costumeira, milhares de pessoas e uma cidade enorme. E, acima de tudo, que me força a olhá-lhos, olhá-los com firmeza, despindo-me total e completamente a partir destes olhos.
Então, nada precisou ser dito, nada precisou ser esclarecido. Eu sabia que estava ali, com quem queria, em uma cena casual. Eu não precisava. Mas eu queria. Então, apenas agarro-me àquelas mãos que por via tocaram-me, e mais uma vez, sou capaz de me despir naqueles olhos. E só. Apenas fico despida diante deles, olhando fixamente. Não é preciso tirar a roupa para despir-se com aqueles olhos. Eles fazem por si mesmos. Então, seus lábios, frios pela temperatura ambiente, tocam-se ao meu rosto. Mas enquanto seus lábios podem ser tão frios, o delírio tá presente nos olhos, e no suor em sua testa. Sentado sobre as próprias pernas, beija meu rosto, enquanto, com trêmulas mãos, as coloca entre meus cabelos, acariciando-os, mas seus dedões permanecem em minha testa, quase nas sobrancelhas, enquanto seus olhos aparentam estar apreciando um belo pôr-do-sol, mas fixados e mim. Agarro-me à sua barriga, e um abraço trêmulo acalentou parte do desejo. Depois do abraço, suas mãos voltam à minha cabeça, e seu beijo vem à minha boca.
Quando olhamos ao redor de nós, apenas as minhas amigas, perplexas com a cena. Com caras como se estivessem falando: “Ei garota, qual é o seu problema? Se liga, ele não é dos nossos, não é um gurizinho”. Enquanto seus amigos, de longe, apenas olhavam, enquanto conversavam, com naturalidade, passando o chimarrão.
Agi como se tudo estivesse realmente normal, afinal, para mim estava. Eu estava bem, e na real, com alguém que eu queria. E ali, não existia nada estranho, nada anormal ou mesmo diferente. Não, eu não levo um cara com mais ou menos o dobro da minha idade como se fosse um gurizinho. Apenas pra mim, o normal é esse. O que eu sinto não é pra alguém da minha idade, o desejo não é pra gente da minha idade. O entendimento disso, também não, a menos que tu realmente compreendas.
E foi um beijo. Por parte, apenas um beijo a mais. à nossa frente, minhas amigas, olhando a cena. Inusitadas, é claro. Afinal, eu era uma das suas, beijando alguém que não fazia parte dos populares dos terceirões, ou mesmo daqueles que estavam começando a curtir seus 18 anos com adrenalina, e merda na cabeça, enquanto esforça-se para tirar carteira de motorista, dirigindo o carro do pai. Não, era um sujeito totalmente fora desse padrão tão besta. Era um ser normal, um ser comum, fora de qualquer padrão. Dentro da minha atração.
Diante daquelas carinhas de tacho na minha frente, apenas agimos como se nada houvesse ocorrido. Uma das garotas olhou a hora, dizendo: "Gente, tem sessão de tal filme agora, quem topa ir pro shopping?". Sem exitações, todo mundo concordou. Levantamo-nos do chão, passei a mão sobre minhas calças, garantindo-me que nenhuma folha ou grama ficaria sobre ela, e sugeri a ele para que fizesse o mesm, já que em sua bunda havia ficado algumas folhas secas.
Pegamos um ônibus para irmos até o shopping, cortando a cidade sentido leste-oeste. Comigo, sentou aquele, que com seus olhos, continuava encarando-me, da mesma maneira como de costume, em vagos e breves encontros entre uma rua ou outra. Mais a nossa frente, as garotas, em um bolinho, pra variar um pouco, fofocando. Liguei meu mp4 e continuei a ouvir o velho Bowie. Num movimento rápido, ele pega um dos fones, e conversamos sobre a vida dele (Bowie). Apenas isso, até o filme começar.
Na verdade ainda não consegui entender a razão de eu ter ido para o cinema, com as garotas, ver um filme que até hoje não sei qual foi, e, ainda mais, por que estava ali do meu lado aquele cara. Mas parei de pensar. Não gosto de entender a razão de algumas coisas.
Como fui a primeira a entrar na sala, por estar na frente das gurias, pom pouca vontade de andar muito e também pouco interesse em estar ali, fiquei logo na última fila à direita. Minhas amigas desceram mais, em direção aonde viam-se vultos de jovens garotos, quase na primeira fila.
Passamos um tempo sem sequer uma palavra. Apenas nos olhávamos. Nos olhávamos de diferente maneiras. Com mistérios, friezas, fraquezas, desejo, delírio... ou, apenas olhávamos, sem nada a dizer, não querendo dizer nada. Eu estava cansada, e não deixando parte da minha chinelagem de lado, estiquei minhas pernas sobre as suas. O que fez com que me envolvesse em seus braços, num abraço. Meio esquisito.
Impulsividade. Única palavra que define isto. Levantei-me da poltrona onde estava sentada, peguei o dinheiro no bolso da minha calça e comprei uma Coca-Cola. Voltei à última fila à direita e sentei.
(...)
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Imitation of Life [Parte I]
E mais uma vez, cá estou. Sentindo aquele velho prazer em sentir-me só. Tem feito muito calor. E eu? Nada tenho feito. Nada além de passar cada dia na cama. Rolando do lado de lá, para o lado de cá, a cada ponto em que a cama esfria de um lado. O ar condicionado tá ligado há uns quatro dias direto. Sinto que emagreci, sendo que nesses quatro dias não comi nada além de uma maçã por dia, e me sustento àqueles sucos em pó, de pacotinhos, que são mais gostosos não diluídos na água. Mas, pelo calor, obrigo-me a diluí-los.
Hoje o dia está mais ameno, e quanto mais fico nessa cama, mais sinto que é aqui que quero ficar pro resto da vida, pela quantidade de sono que eu tenho. Doença? Talvez, mas se for pra morrer de sono, tô tranqüila.
As persianas estão com algumas frestas abertas, assim provoca-me mais sono. Na minha última cochilada, sonhei que estava indo no cinema com alguns amigos. Quando o filme estava começando, acordei. E quando acordei, lembrei-me da última vez que fui ao cinema.
Fazem mais ou menos uns dois meses. Eu e algumas outras gurias passamos a tarde no parque, tomando um bom chimarrão e jogando conversa fora. Ainda era frio, como de costume no inverno aqui do sul. Mas apesar do frio, e da geada na grama bem verdinha, e o relento ainda nas réstias folhas das árvores, nós íamos para lá assim mesmo.
Apesar do frio, o sol às vezes é intenso, e no inverno não dá para bobear. Na sombra de uma árvore próxima à nossa, havia alguns caras. Todos com pelo menos uns dez anos a mais que nós. Fixaram-nos os olhos desde que lá chegamos. Minhas amigas, com muita maturidade dentro de corpinhos bonitos, começaram a provocar e zoar aqueles caras, afinal, não queriam nada mesmo.
Recostei-me no tronco da árvore, abraçando os joelhos com os braços, ouvindo aquele bom e velho folk blues no mp4. Fiquei na minha, afinal, caras mais velhos me interessam muito.
Fingi não estar nem aí, afinal, sei que não posso confidenciar isso às gurias com quem ando. Não são tão ingênuas assim, não, mas são imaturas. Enfim. Havia lá, na rodinha daqueles caras, um que me interessou muito. Encontro-me com ele algumas vezes pela cidade, e garanto, seu olhar é fulminante.
Eu apenas balançava a cabeça de acordo com a música, e fazia os movimentos vocais com a boca, olhando atentamente tudo o que acontecia ao meu redor, e ao mesmo tempo, eu era capaz de nem estar ali, pra variar um pouco. Pelo menos não com os pensamentos.
De tanto que as garotas provocavam, os caras vieram até nós.